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1,6 milh?o de crian?as no Brasil n?o receberam nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana entre 2019 e 2021, alerta Unicef

O relatório “Situa??o Mundial da Infancia 2023: Para cada crian?a,?odecrian?asnoBrasiln?oreceberamnenhumadosedavacinatríresultado da quina conc. 4589 vacina??o”, lan?ado pelo Unicef nesta quinta-feira (20), faz um alerta importante sobre a vacina??o infantil no Brasil: ao longo de 3 anos (2019-2021) 1,6 milh?o de crian?as n?o receberam nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP).

Segundo o Unicef, o Brasil é responsável por 40% das crian?as sem nenhuma vacina DTP na América Latina. O relatório da organiza??o usa a vacina tríplice bacteriana como base para os dados.

???? A DTP protege contra três doen?as:

Difteria: causada por uma bactéria transmitida pela saliva, produz toxinas que podem levar à insuficiência cardíaca e paralisia.Tétano: provoca rigidez muscular progressiva e pode ocasionar insuficiência cardíaca. A transmiss?o acontece quando um ferimento entra em contato com bactérias presentes na terra, poeira ou fezes.Coqueluche: infec??o que atinge o sistema respiratório causada por uma bactéria transmitida por meio da saliva, tosse e espirros.

1 de 3 Foto de arquivo (outubro/22): crian?a recebe vacina contra a Covid — Foto: Glaucia Paulino/Secop Suzano

?? A vacina é indicada para bebês a partir de dois meses e sua administra??o deve seguir o esquema adotado pelo Programa Nacional de Imuniza??es, que recomenda três doses: com dois, quatro e seis meses de vida, mais dois refor?os.

? Mesmo quem teve tétano, difteria, doen?a causada pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e/ou coqueluche deve ser imunizado, uma vez que estas doen?as n?o conferem prote??o permanente frente a novas infec??es.

Para uma crian?a ser considerada imunizada, ela precisa tomar todas as doses recomendadas de cada vacina e seus refor?os, quando indicados. E os dados do Unicef apontam que 2,4 milh?es de crian?as no país n?o receberam as doses preconizadas.

2 de 3 Situa??o da vacina??o DTP no Brasil — Foto: Reprodu??o/Unicef

?? Vacina contra pólio

Os dados da pólio s?o semelhantes: 1,6 milh?o n?o receberam nenhuma dose da vacina e 2 milh?es ficaram sem as doses recomendadas. No ano passado, a campanha de imuniza??o contra a pólio teve a menor ades?o em 40 anos.

A poliomielite – também conhecida como paralisia infantil – é uma doen?a causada por um vírus e geralmente provoca consequências graves, como perda dos movimentos, dificuldade ao falar, altera??es no crescimento, e até paralisia completa dos membros.

O que é a poliomielite, doen?a popularmente conhecida como paralisia infantil?

O Programa Nacional de Imuniza??es (PNI) recomenda a vacina??o de crian?as contra a pólio a partir de 2 meses até menores de 5 anos. As três doses do esquema básico devem ser dadas aos dois meses, aos quatro meses e aos seis. Também s?o indicadas duas doses de refor?o como gotinhas: uma aos 15 meses e outra aos quatro anos de idade.

3 de 3 Vacina??o contra a pólio no Brasil entre 2019-2021 — Foto: Reprodu??o/Unicef

?? Recomenda??es

Para reverter esse quadro, o Unicef faz algumas recomenda??es:

Identificar e alcan?ar urgentemente todas as crian?as, especialmente àquelas que perderam a vacina??o durante a pandemia de covid-19;Fortalecer a demanda por vacinas, inclusive construindo confian?a;Priorizar o financiamento de servi?os de imuniza??o e aten??o primária à saúde;Refor?ar os sistemas de saúde, incluindo investimento e valoriza??o de profissionais de saúde, em sua maioria mulheres.

?? Baixa cobertura no mundo

O relatório traz também os números globais da vacina??o infantil: 48 milh?es de crian?as n?o receberam nenhuma dose da tríplice bacteriana (DTP) nos anos analisados. Foram coletados dados de 112 países.

Em 2019: 13,3 milh?es de crian?as n?o receberam vacinaEm 2020: 16,5 milh?es de crian?as n?o receberam vacinaEm 2021: 18,2 milh?es de crian?as n?o receberam vacina

O relatório examina a situa??o das crian?as em todo o mundo e aponta as lacunas que precisam ser preenchidas para garantir o acesso infantil às vacinas. Segundo o documento, apesar do progresso inegável ao longo das décadas, a cobertura de imuniza??o caiu ou estagnou em muitos lugares.

Os pesquisadores apontam que a Covid-19 colaborou para a queda na cobertura infantil, e esse declínio deve servir como um alerta para que os países voltem a priorizar a vacina??o de rotina.

"Devemos tomar medidas para recuperar o atraso nas crian?as que n?o foram vacinadas durante a pandemia, reconstruir os sistemas e preencher as principais lacunas nos sistemas de saúde. Para que a vacina??o aconte?a, a vontade política deve ser a prioridade número um em todos os países", alerta o relatório.