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Após atropelamentos, moradores instalam 'ponte' para salvar animais em S?o Carlos

Moradores do ósatropelamentosmoradoresinstalamponteparasalvaranimaisemS?roleta mandalabairro Samambaia, em S?o Carlos (SP), instalaram uma passagem de fauna para evitar atropelamentos e outros acidentes com animais silvestres.

Ouri?os, saguis e outros animais foram encontrados atropelados após implanta??o de rotatória no bairro.

Regi?o é rica em biodiversidade e coleciona avistamento de macacos, veados, tamanduás, ouri?os, tatus, várias aves e mais.

Uma iniciativa de moradores do bairro Samambaia, em S?o Carlos (SP), busca evitar atropelamentos e outros acidentes com animais silvestres. A instala??o de uma passagem de fauna se deus após várias ocorrências.

Com a recente duplica??o da Avenida Francisco Falvo e a instala??o de uma nova rotatória, o grupo observou aumento no número de animais silvestres mortos por atropelamento, incluindo, pelo menos, dois saguis.

Para amenizar o problema, eles instalaram uma passagem de fauna, conectando árvores de lados opostos da via.

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A estrutura, montada no dia 6 de agosto, foi feita com mangueiras de incêndio velhas, doadas pelo Corpo de Bombeiros. O material seria descartado, mas ganhou uma nova fun??o importante.

A passagem de fauna serve como uma ponte segura n?o apenas para os macacos, mas também para outros animais como ouri?os-cacheiros.

Antes da obra, os animais utilizavam a copa das árvores e o solo entre elas para fazer a travessia longe do tráfego de veículos.

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Projeto

A a??o foi organizada pelo projeto "Tatus", um coletivo de moradores criado em 2020 com foco em solu??es ambientais para o bairro.

Segundo Clara Machado dos Santos, ecóloga e cofundadora do grupo, a necessidade da passagem ficou evidente com o impacto da obra.

"A gente viu muito atropelamento aqui ao longo da avenida depois da duplica??o. Apareceram vários animais atropelados. Tem um registro bem recente, de um sagui atropelado, o que mostra a importancia desses animais passarem a aprender a atravessar por ela", explica.

1 de 3 Animais acidentedos no bairro Samambaia, em S?o Carlos (SP). — Foto: Imagens Cedidas / Projeto Tatus

Uni?o

O projeto Tatus surgiu durante a pandemia, quando os moradores passaram a observar com mais aten??o o bairro e suas necessidades ambientais. Desde ent?o, o grupo já promoveu a instala??o de bebedouros para a fauna, tentou criar um viveiro de mudas e realiza atividades de educa??o ambiental.

A instala??o da passarela na rotatória mobilizou cerca de 10 voluntários, entre membros do Tatus e outros moradores.

2 de 3 Moradores ajudam na instala??o de passagem de fauna — Foto: Imagens Cedidas / Projeto Tatus

Mariana Orlandi, moradora e integrante do projeto, conta que há uma demanda da comunidade por esse tipo de a??o, embora a participa??o ativa ainda seja um desfio.

"Muitas pessoas se demonstram preocupadas, mas n?o necessariamente têm a possibilidade de se engajar na prática. Elas est?o sempre relatando os problemas e falando: 'Tatus, podem fazer alguma coisa sobre isso?' A ideia é que cada vez mais as pessoas se envolvam e multipliquem essas a??es, que todos nós sejamos agentes ambientais dentro do bairro", afirma Mariana.

Convivência

Para as integrantes do projeto, iniciativas como a passagem de fauna s?o o mínimo que pode ser feito para reduzir os impactos da expans?o urbana sobre a vida silvestre.

O objetivo n?o é buscar uma harmonia idealizada, mas sim uma convivência funcional e menos predatória.

"A gente vem ocupar esse espa?o, tira as árvores, e os animais v?o perdendo espa?o. Essa é uma iniciativa que ajuda a casar os dois: os humanos e os outros animais, vivendo de uma forma um pouco mais pacífica, menos impactante", reflete Mariana.

3 de 3 Animal (provável sagui) flagrado utilizando a pasagem de fauna — Foto: Imagem cedida.

Clara destaca a importancia de a??es que n?o dependam exclusivamente do poder público.

"O objetivo é reduzir os danos enquanto comunidade e fortalecer isso. A gente pensou em todos os detalhes para que n?o tenha conflito com a fia??o elétrica ou com a prefeitura. é um exemplo de que, se cada um quiser se organizar, dá certo", finaliza a ecóloga.

área de preserva??o

Segundo o biólogo Fernando Magnani, que chegou a assumir a dire??o do Parque Ecológico de S?o Carlos (Pesc) por 34 anos, a regi?o é um importante reduto de preserva??o ambiental.

Trata-se de uma localiza??o vizinha à Universidade Federal de S?o Carlos (UFSCar), especialmente próxima da vegeta??o de cerrado presente no campus.

“é uma área que ainda guarda uma boa diversidade de animais. Você tem oportunidade de ainda visualizar animais como tamanduá-mirim, tamanduá-bandeira, lobo-guará, veado-catingueiro, várias espécies de tatus”, explica o biólogo.

No caso da passagem de fauna em quest?o, o especialista afirma os principais beneficiários podem ser macacos-pregos, saguis, ouri?os-cacheiros e gambás.

Magnani diz que a constru??o de estradas, coloca??o de barreiras e a implanta??o de rotatórias, como o novo dispositivo do bairro Samambaia, interferem na vida silvestre.

Ele afirma que essas estruturas acabam “facilitando o transito desses animais. Acaba salvaguardando n?o só a vida animal, mas a vida do motorista, que tenta por atitude até salvar o animal, ocasionando um acidente.

Vale ressaltar que a instala??o desse tipo de estrutura deve seguir padr?es de altura, distancia e localiza??o, para evitar acidentes.

é importante sempre consultar os órg?os responsáveis pelo meio ambiente ou pela administra??o da via pública, além de especialistas, antes de realizar alguma obra desse tipo.

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