Ax\u00e9 \u00e9 caldeir\u00e3o que fervilha, ainda est\u00e1 muito quente', diz Luiz Caldas

Por que alguns prédios proíbem a instala??o de ar-condicionado?

Prédios podem proibir a instala??o de ar-condicionado por dois motivos: a estética da fachada n?o pode ser alterada ou a instala??o elétrica do édiosproíbemainstala??últimos jogos do senegalprédio n?o comporta o uso desse tipo de aparelho.

Uma das solu??es para contornar esses obstáculos é mobilizar o condomínio para uma reforma geral, permitindo que todas as unidades possam ter um ar-condicionado.

Só que isso exige preparo e conversa, além de alto custo para todos os moradores, já que é necessário que os cond?minos entrem em comum acordo e contratem profissionais para projetar e realizar as altera??es necessárias de arquitetura e elétrica.

Já tentou instalar ar-condicionado no apartamento, mas foi barrado pelo condomínio sem entender por quê? Há dois motivos principais para isso.

?? O primeiro diz respeito à estética: o padr?o da fachada costuma ser decidido em conven??o de condomínio, antes mesmo da constru??o ficar pronta, e n?o pode ser alterado de forma individual.

?? Já o segundo tem a ver com o consumo energético do prédio, que também é estipulado no início do projeto arquitet?nico. A instala??o elétrica do condomínio é pensada para comportar um valor máximo de consumo, que n?o pode ser ultrapassado para n?o colocar a seguran?a de todos os moradores em risco.

Abaixo, entenda melhor sobre como os prédios podem proibir a instala??o de ar-condicionado e porque é melhor seguir as regras.

?Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsAppCLIMATIZADOR: saiba como escolher e entenda como ele difere do ar-condicionado

1 de 2 Por que alguns prédios proíbem a instala??o de ar-condicionado? — Foto: Freepik

? é preciso ter energia suficiente

O ar-condicionado é um aparelho de alto consumo de energia e, por isso, seu uso precisa estar previsto antes da constru??o do edifício.

A estrutura elétrica do prédio deve estar preparada para aguentar o consumo energético de todos as unidades, além das áreas comuns.

“A instala??o elétrica dos edifícios residenciais é, em via de regra, subdimensionada em rela??o ao uso de ar-condicionado. O prédio dimensiona de modo a n?o suportar esses aparelhos”, afirma Brenda Leite, professora do departamento de engenharia de constru??o civil da Poli-USP e especialista em sustentabilidade nas edifica??es com o uso de ar-condicionado.

“Isso é feito por uma quest?o de economia na constru??o”, diz Leite. “Vale para prédios novos, mas principalmente para os mais antigos, porque as pessoas n?o tinham tanto acesso a esse aparelho quanto têm hoje”, complementa.

Se os moradores consomem energia acima do limite previsto, podem colocar o prédio todo em risco, pois isso é capaz de causar sobrecarga elétrica e, no pior dos casos, incêndio.

?? O que é sobrecarga?

A sobrecarga é quando a corrente elétrica é mais alta do que o cabo que transporta energia ao apartamento aguenta. “Se isso acontece, o cabo vai ferver, vai queimar”, alerta Moacyr da Gra?a, que também é engenheiro civil e professor da Poli-USP.

“Até usar modelos portáteis pode incorrer no risco de sobrecarga elétrica, porque eles ainda têm potência alta”, avisa Brenda Leite.

Nunca tente fazer o ar-condicionado funcionar onde n?o deve e sempre use mecanismos de seguran?a. Os disjuntores, por exemplo, s?o travas que impedem sobrecargas.

Se passar mais corrente do que o circuito aguenta, o disjuntor corta a corrente. “Isso impede o equipamento que estava causando a sobrecarga de funcionar”, explica Gra?a.

No entanto, algumas pessoas tentam "burlar" o sistema de seguran?a, comprando disjuntores errados para que o aparelho continue ligado. “Mas n?o adianta comprar um disjuntor que acomoda 50 amperes para proteger um cabo de 10 amperes, porque ele n?o vai cortar a corrente antes de queimar o cabo”, afirma o engenheiro.

?? N?o se pode alterar o padr?o da fachada

Em prédios pensados para receber aparelhos de ar-condicionado, o projeto arquitet?nico costuma prever um local próprio onde se possa colocar o condensador. é o componente que libera o calor do aparelho e que deve sempre ser instalado na área externa.

No entanto, em condomínios sem essa previs?o, esse espa?o n?o existe. “Sem um padr?o, se todo mundo decide instalar ar-condicionado, cada um faz do jeito que entende, com tamanhos e potências diferentes”, explica Gra?a.

“Assim, fica feio, acaba descaracterizando a arquitetura e desvalorizando o imóvel. Ninguém que olha para um prédio nessa condi??o quer comprar”, continua o engenheiro.

2 de 2 Instalar aparelhos sem padr?o pode desvalorizar o prédio. — Foto: Freepik

?? E agora? Como se proteger do calor?

N?o é impossível repensar o padr?o para a fachada do condomínio, desde que haja um acordo coletivo. E vale lembrar que a mudan?a vai mexer no bolso de todos os moradores.

"Todos os moradores têm direito à fachada do condomínio", afirma Rafael Castelo, professor de engenharia da FEI. "Por isso, a altera??o para um novo padr?o precisa ser previamente aprovada em assembleia com todos os detalhes, desde cor, tubula??o, tamanho e onde em cada unidade o condensador será colocado".

“Inicialmente, o morador interessado precisa propor a mudan?a em assembleia. Se for de comum acordo, o condomínio deve consultar um engenheiro ou arquiteto para entender o que dá para fazer no prédio, tanto na quest?o da rede elétrica como da arquitetura”, ensina a engenheira Brenda Leite.

“Eu mesmo já fiquei horas discutindo com o prédio sobre como resolver a quest?o do ar-condicionado. Resolvemos colocando um gradil para dimensionar e esconder o condensador de forma padronizada”, conta o engenheiro Gra?a.

Gra?a relembra ainda que a instala??o elétrica também pode precisar de reforma. “Pode precisar trocar a alimenta??o do prédio inteiro. Tem que ter cabos, disjuntores corretos”, avisa.

"é difícil de estimar pre?o de execu??es de instala??o elétrica. N?o é barato, porque é usado muito cobre, que tem o pre?o ditado pelo dólar", explica Castelo. "Mas acho que vale a pena ir atrás. Na hora de ratear, o custo n?o fica t?o pesado e as pessoas conseguem ter o conforto térmico", complementa.

“Cada caso é um caso. Cada prédio comporta modifica??es específicas. Mas sempre dá para fazer alguma coisa”, conclui Leite.

?? Por fim, a outra saída é desistir do ar-condicionado e buscar equipamentos mais simples – como ventiladores e climatizadores –, que n?o oferecem tanto conforto térmico, mas podem aliviar a opress?o do calor.

Abaixo, veja uma sele??o de aparelhos para ajudar a aliviar o calor. Os produtos custavam de R$ 150 a R$ 600, quando consultados, em abril, nas principais lojas on-line.

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