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Por que escandalos ofuscam o essencial Carreira Valor Econ?mico.txt
Coldplay,andalosofuscamoessencialCarreiraValorEcon?resultado loteria dos sonhos 19/09/2015 além do seu inegável sucesso musical, se esfor?a para utilizar sua fama para dar aten??o a outros temas relevantes para a banda. Uma visita ao site oficial do Music of Spheres (nome da turnê atual) n?o revela nada sobre as músicas, a história do grupo, seus membros ou qualquer informa??o relativa à banda. O site é um relato do compromisso deles com a sustentabilidade, apresentando todas as a??es adotadas - muitas inovadoras - para que seus concertos tenham o menor impacto possível no planeta. No entanto, nossa aten??o prefere outros assuntos. Em um dos shows do Coldplay, uma curta filmagem da kiss-cam (camera que projeta f?s em tel?es, comumente em situa??es romanticas) exp?s o affair até ent?o secreto do CEO e da CHRO de uma empresa de tecnologia americana. O vídeo proporcionou exponencialmente mais exposi??o do que todos os esfor?os do grupo musical para elevar seu compromisso com a sustentabilidade. Sem contar a viraliza??o nas redes sociais, praticamente todos os veículos de mídia global mais relevantes cobriram - alguns extensivamente - a cena de infidelidade. Esses mesmos nunca se deram ao trabalho, nesses três anos de turnê do Coldplay, de comentar brevemente as iniciativas sustentáveis da banda - chequei pouco mais de vinte deles, e apenas um as cobriu superficialmente. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Essa situa??o me recorda o que uma amiga sempre me pede quando estamos conversando sobre temas sérios: “Vamos mudar de assunto, estou entediada”. Melhor falar do que é emocionalmente excitante: trai??es, paix?es, notícias ruins, aventuras, euforias, tragédias etc., que captam a nossa aten??o de forma muito mais eficaz do que as histórias de progresso, inova??o ou altruísmo. Fomos biologicamente programados para focar nossa aten??o em informa??es surpreendentes ou negativas. Notícias emocionalmente excitantes ativam regi?es do cérebro relacionadas à sobrevivência e a outros interesses primitivos (status, poder sobre os outros, reprodu??o, benefícios de curto prazo, etc.), que funcionam como recompensas, já que ativam neuromoduladores como dopamina e opioides, que reduzem o estresse e amplificam o prazer, a raiva e o espanto, além de melhorar a memoriza??o das situa??es. Tudo amplificado imensamente pelas mídias sociais. Startups n?o s?o o risco, mas a respostaA IA n?o espera nossas certezas para nos transformarPor que líderes caem na armadilha do hype? As consequências para sociedades e, inclusive, organiza??es n?o s?o difíceis de observar. Informa??es, projetos e causas importantes e, em muitos casos, urgentes, que requerem paciência, dedica??o e persistência, n?o recebem a aten??o que merecem. Ainda, nessa busca inconsciente por excita??o, priorizamos narrativas emocionais simplificadas, alimentamos polariza??es e essas repetidas exposi??es a situa??es questionáveis ampliam o desanimo em rela??o a institui??es, empresas e à sociedade civil. Colunista pontua que notícias emocionalmente excitantes ativam regi?es do cérebro relacionadas à sobrevivência e a outros interesses primitivos — Foto: Freepik Imagina quanto foco, energia e produtividade se perdem por causa dessa nossa inata característica de priorizar esses momentos? Ou quantas carreiras e talentos s?o distorcidos por profissionais estimulados a dar voz a impulsos emocionais? Ou quanto organiza??es, executivos e profissionais, para se tornarem visíveis a clientes e a audiências relevantes, refor?am esses padr?es? Em tempos em que temas importantes e urgentes come?am a desvanecer, o desafio está em torná-los emocionalmente ressonantes. Até lá, a corrida por nossa aten??o, explorando nossas vulnerabilidades, tem uma linha de chegada muito disputada - quase sempre deixando o essencial para trás. Claudio Garcia ensina gest?o global e estratégia na Universidade de Nova York
