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Jeff Bezos muda linha editorial e editor de opini?o do Washington Post deixa o cargo

1 de 1 Bilionário Jeff Bezos,baixar trilha sonora 007 cassino royale fundador da Amazon e dono do jornal The Washington Post. — Foto: Paul Ellis/Pool Photo via AP

O chefe da página editorial do "The Washington Post", David Shipley, pediu demiss?o após o bilionário Jeff Bezos, dono do jornal norte-americano, determinar mudan?as na se??o de opini?o da publica??o.

Em memorando enviado aos funcionários nesta quarta-feira (26), Bezos anunciou a decis?o e afirmou que, agora, o foco do jornal será apoiar e defender temas ligados às liberdades pessoais e a mercados livres.

Segundo o bilionário, a editoria também irá cobrir outros tópicos, mas n?o irá publicar pontos de vista que se oponham a esses dois pilares.

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As mudan?as representam uma redu??o no escopo da se??o de opini?o do The Washington Post — que costuma refletir uma ampla gama de vis?es. Apesar da oferta de Bezos para que Shipley permane?a no cargo, ele recusou.

"Ofereci a David Shipley, a quem admiro muito, a oportunidade de liderar este novo capítulo. Sugeri a ele que, se a resposta n?o fosse 'com certeza', ent?o tinha que ser 'n?o'. Após uma considera??o cuidadosa, David decidiu se afastar", escreveu Bezos no X (antigo Twitter).

O novo direcionamento de Bezos acompanha a decis?o do jornal, em outubro, de interromper sua prática de décadas de endossar candidatos presidenciais.

Na corrida eleitoral disputada por Donald Trump e Kamala Harris, o jornal manifestou que n?o iria apoiar nenhum dos políticos. Um ex-editor-executivo do Post chegou citar a postura como "covardia" editorial.

Nesta quarta-feira, Bezos descreveu a mudan?a tanto em termos ideológicos quanto práticos, afirmando que esses pontos de vista s?o pouco representados no mercado.

"Sou da América e pela América, e tenho orgulho disso", escreveu Bezos. "Nosso país n?o chegou até aqui sendo típico. E uma grande parte do sucesso da América tem sido a liberdade no ambito econ?mico e em todos os outros aspectos."

As mudan?as também foram defendidas pelo CEO e editor-chefe William Lewis, que se juntou ao jornal no início de 2024, após trabalhar em meios de comunica??o controlados pelo magnata da mídia Rupert Murdoch.

"Isso n?o se trata de apoiar qualquer partido político. Trata-se de ser totalmente claro sobre o que defendemos como jornal", escreveu Lewis em um memorando para os funcionários.

Aceno a Trump e perda de assinantes

Bezos está entre os vários executivos de tecnologia que têm feito gestos para o presidente dos EUA, Donald Trump, nos últimos meses. O crescente estreitamento entre os bilionários, no entanto, tem irritado alguns assinantes do jornal.

O Washington Post perdeu mais de 200 mil assinaturas digitais após a decis?o de n?o endossar um candidato presidencial. Essa postura também levou três membros do conselho editorial do jornal a renunciar em protesto, de acordo com um relatório do próprio jornal.

"O enorme avan?o de Jeff Bezos na se??o de opini?o do The Washington Post hoje deixa claro que opini?es dissidentes n?o ser?o publicadas nem toleradas lá", disse o repórter de economia do jornal na Casa Branca, Jeff Stein, em uma postagem no X.

A se??o de opini?o do Post é separada de sua divis?o de coleta de notícias, que se concentra em reportagens baseadas em fatos.

Veja abaixo a íntegra da publica??o de Jeff Bezos sobre as mudan?as, no X.

Estou escrevendo para informar sobre uma mudan?a que está por vir em nossas páginas de opini?o.

Vamos escrever todos os dias em apoio e defesa de dois pilares: liberdades pessoais e mercados livres. Claro, cobriremos outros tópicos também, mas pontos de vista que se oponham a esses pilares ser?o publicados por outros.

Houve um tempo em que um jornal, especialmente um que era um monopólio local, poderia ter visto como um servi?o trazer à porta do leitor todas as manh?s uma se??o de opini?o ampla que buscava cobrir todos os pontos de vista. Hoje, a internet faz esse trabalho.

Sou da América e pela América, e tenho orgulho disso. Nosso país n?o chegou aqui sendo típico. E uma grande parte do sucesso da América tem sido a liberdade no ambito econ?mico e em todos os outros lugares. A liberdade é ética — minimiza a coer??o — e prática — impulsiona a criatividade, a inven??o e a prosperidade.

Ofereci a David Shipley, a quem admiro muito, a oportunidade de liderar este novo capítulo. Sugeri a ele que, se a resposta n?o fosse "com certeza", ent?o tinha que ser "n?o". Após uma considera??o cuidadosa, David decidiu se afastar. Esta é uma mudan?a significativa, n?o será fácil e exigirá 100% de comprometimento — respeito sua decis?o. Estaremos procurando um novo Editor de Opini?o para assumir essa nova dire??o.

Estou confiante de que mercados livres e liberdades pessoais s?o o melhor para a América. Também acredito que esses pontos de vista est?o sub-representados no mercado atual de ideias e opini?es de notícias. Estou animado para que juntos possamos preencher essa lacuna.

* Com informa??es da Reuters