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Maranh?o criativo: Como a inova??o no empreendedorismo gera renda e transforma realidades

1 de 12 Do ramo dos alimentos,?ocriativoComoainova??tchutchuc?o cassino passando pelos games, saúde e educa??o, maranhenses criativos reinventaram negócios e est?o mudando a própria realidade e de outras pessoas. — Foto: Arquivo pessoal/Redes sociais/Rafael Cardoso/Divulga??o

Quem nunca pensou em abrir um negócio fora do comum que gera desconfian?a ou até risadas? Mas, e se essa ideia fosse realmente o diferencial para fazer o negócio se destacar e fazer sucesso?

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Como muitos que desejam abrir uma empresa, um forte desafio dos negócios inovadores é superar o medo, mas, no Maranh?o, há empreendedores que decidiram seguir em frente e est?o realizando o sonho de abrir o negócio do jeitinho que queriam.

?? Confeitaria realista: doce reinven??o

Bolo de chuteira? De parede? De bolsa? Os bolos ultrarrealistas da maranhense Mayara Carvalho há anos fazem sucesso em vídeos divertidos nas redes sociais. S?o mais de 1 milh?o de seguidores que viram na maranhense de Alto Alegre uma mulher talentosa e muito esfor?ada.

“Sou m?e de um adolescente autista e provedora do meu lar através do meu trabalho. Eu sou psicopedagoga, formada e pós-graduada, mas fiquei desempregada. Depois veio a pandemia, e aí foi só supera??o”, conta Mayara, fazendo referência ao início da vida na confeitaria profissional.

No come?o, apenas o talento na confeitaria n?o era suficiente para alavancar as vendas. A virada de chave veio quando ela viu vídeos de uma confeiteira mu?ulmana e decidiu aplicar a técnica do realismo nos bolos, sempre com humor e elementos brasileiros.

?? Pizza de gongo? Isso mesmo!

No município de Caxias, a Pizzaria Paulista é especialista em pizzas de sabores exóticos. Uma ideia inovadora do Bruno Oliveira, que tem como carro chefe a pizza de gongo, que é literalmente a larva de um besouro que se desenvolve no interior do coco baba?u.

“Eu vi uns gongos e resolvi postar eles na internet. Nos comentários, come?aram a sugerir: ‘faz uma pizza de gongo!’”, conta.

N?o é que Bruno fez mesmo? Gravou um vídeo preparando a pizza, postou e, quando acordou no dia seguinte, o vídeo tinha viralizado. Milh?es de visualiza??es e uma enxurrada de pedidos.

2 de 12 Pizza de gongo (canto superior direito), de torresmo, e outros sabores exóticos fazem sucesso na Pizzaria Paulista — Foto: Bruno Oliveira

O sucesso foi tanto que ele decidiu apostar de vez nos sabores exóticos. Além da famosa pizza de gongo, atualmente o cardápio conta com pizza de tripa, panelada, sarapatel e, mais recentemente, uma inusitada pizza de cuscuz, que também virou sucesso.

Como um bom exemplo de como uma ideia inovadora pode mudar realidades, a pizzaria dos sabores ‘diferent?es’ já tem atraído turistas para a cidade. Quando bem preparada, o gongo também n?o faz mal à saúde.

“é uma experiência única”, diz Bruno. “Tem quem diga que n?o tem coragem de provar, mas quem prova, ama.”

3 de 12 Bruno Oliveira, o idealizador das pizzas exóticas — Foto: Arquivo pessoal

O pre?o também n?o assusta: a pizza grande custa R$ 50, e a gigante sai por R$ 60 — apenas R$ 15 a mais que os sabores tradicionais, segundo Bruno. O próximo passo do empreendedor é crescer ainda mais.

“Quero mudar para uma avenida mais movimentada da cidade. Acredito que em cinco anos a gente já vai ter concluído esse objetivo”, planeja.

?? Hambúrguer de coco baba?u: inova??o com impacto social e ambiental

Na Amaz?nia Maranhense, o conhecimento tradicional das quebradeiras de coco se uniu à ciência para criar um produto que tem surpreendido: um hambúrguer vegano feito a partir do mesocarpo do coco baba?u.

O projeto, liderado pela pesquisadora Guilhermina Cayres, envolve diversas associa??es de mulheres extrativistas, como a Coomavi (Itapecuru-Mirim), o Clube de M?es Quilombolas Lar de Maria (Anajatuba) e a Associa??o de Quebradeiras de Coco de Chapadinha.

4 de 12 Hambúrguer de baba?u criado no interior do Maranh?o — Foto: Embrapa

Juntas, essas mulheres, com o apoio da ciência, desenvolveram n?o só o hambúrguer, mas também farinha de amêndoas, biscoitos, queijos vegetais e até bebidas similares ao leite, tudo a partir do baba?u.

O hambúrguer é estruturado com casca de banana, farinha de arroz e temperos naturais. Resultado: 13,17% de proteína por 100g, sem conservantes e com validade de até seis meses congelado.

Veja também: Empresários de S?o Luís contam como impulsionaram negócios usando aplicativosConfira também: A startup que capacita mulheres para o mercado de trabalho no MA

Segundo Guilhermina, o produto valoriza a sociobiodiversidade brasileira, gera renda, promove sustentabilidade e ainda oferece uma alternativa nutritiva para quem busca uma alimenta??o mais consciente.

O projeto foi finalista do Con X Tech Prize: Amaz?nia, uma competi??o global que reconhece inova??es sustentáveis que protegem os ecossistemas amaz?nicos e fortalecem as comunidades locais.

??Cacha?a em boteco? N?o, um presente de experiência refinada ????

Ana Valéria criou uma cacha?a para apreciar em momentos especiais

Produzida em S?o Luís, a Santo Ambrósio veio para quebrar paradigmas no Maranh?o, uma terra onde a Ana Valéria Ambrósio diz que ainda se vê a cacha?a como item de boteco, bebedeira e pouco valor agregado.

Para a empreendedora - uma das raras mulheres em lideran?a nesse ramo -, era preciso entregar uma faceta das cacha?as que já era comum em outras bebidas: uma experiência sensorial que pode servir de presente, como os vinhos.

“A verdade é que o consumidor de cacha?a é um consumidor elitizado. Quem acaba achando que talvez o cachaceiro seja a pessoa que fica embriagada, caída no ch?o, ele n?o tem a no??o real. A cacha?a é o produto mais refinado, tem pouco aldeído, ent?o n?o causa ressaca", explica a empreendedora.

5 de 12 Ana Valéria inovou na forma de criar e apresentar a cacha?a a seus clientes — Foto: Rafael Cardoso/g1 Maranh?o

Com três anos de história, Ana entende que ainda há muito caminho a percorrer, mas comemora cada conquista alcan?ada. Ela conta que o produto já é vendido para clientes em outros estados e tem agradado os paladares mais exigentes com garrafas elegantes e drinks autorais com ingredientes maranhenses, como mel de Viana e buriti de Barreirinhas.

"A vis?o criativa fez a diferen?a. Eu apresentei a qualidade e uma experiência boa. Eu n?o quero que a pessoa no outro dia amanhe?a com uma ressaca. Quero que as pessoas entendam a cacha?a como um produto refinado, que pode ser presenteado e apreciado com elegancia, trazendo uma boa memória afetiva", finaliza.

Inova??o faz parte do perfil empreendedor

César Guimar?es, gerente de Inova??o e Tecnologia do Sebrae no Maranh?o, entende que inovar n?o significa, necessariamente, criar algo do zero ou ter uma ideia mirabolante. Trata-se, sobretudo, de pensar em formas diferentes de entregar valor ao cliente, resolver problemas e se destacar no mercado.

“Inova??o n?o é mais luxo. Ela, de fato, é uma necessidade e tem que ser priorizada nas tomadas de decis?o das empresas”, ratifica.

6 de 12 Veja dicas para entender se você tem um perfil empreendedor — Foto: Divulga??o

?? Startups maranhenses: criatividade que escala

Criatividade e inova??o também s?o matérias-primas das startups, que s?o os negócios inovadores, geralmente tecnológicos e escaláveis.

No Maranh?o, esse universo está ganhando cada vez mais terreno, com 545 startups concentradas em 49 cidades, de acordo com o Mapeamento Estadual de Startups 2024, realizado pelo Sebrae.

S?o Luís lidera com 349, seguida de Imperatriz (44) e Balsas (27). Os setores mais representativos s?o Educa??o (12,8%), Tecnologia da Informa??o (10,5%), Impacto Socioambiental (9,51%), Saúde e Bem-Estar (8,78%) e Alimentos e Bebidas (7,68%).

O crescimento das startups é nítido nos números anuais. Em 2002, apenas três foram criadas em todo o Maranh?o. Porém, a partir de 2018, investimentos públicos e privados impulsionaram o nascimento de novas empresas do tipo, com pico em 2023, quando 105 startups nasceram apenas naquele ano.

Um exemplo de startup maranhense da área educacional é a TecTeca, que nasceu da inquieta??o com a falta de conteúdos digitais interativos voltados às crian?as da Gera??o Alpha — nascidas a partir de 2010.

Segundo o CTO e um dos fundadores da startup, Eugênio Furtado, a empresa criou uma biblioteca de livros digitais que teve uma resposta t?o positiva nas crian?as, que o projeto ganhou vida própria.

“Percebemos a lacuna no mercado editorial e o potencial do formato interativo. A partir daí, buscamos forma??o em empreendedorismo e participamos de diversos ecossistemas de inova??o que foram essenciais para transformar a ideia em negócio”, conta.

A inova??o é a espinha dorsal da startup, que reformula o tradicional ato de ler com livros digitais repletos de elementos interativos e responsivos. O enredo é enriquecido com mídias dinamicas, ampliando o engajamento das crian?as em ambientes que estimulam a participa??o ativa.

Desde o MVP (em português, Produto Mínimo Viável), a TecTeca já passou por editais do Sebrae, participou de eventos como o Startup Summit em Florianópolis e o Neon em Teresina, além de viver uma residência de seis meses no Cordel Hub, em Fortaleza.

"Inova??o é a base da TecTeca, visto que trabalhamos com um paradigma secular, que é o ato de ler, e esse leque de editais foi decisivo para nosso crescimento e amadurecimento como empreendedores”, destaca Eugênio.

O objetivo agora é consolidar a empresa como produtora de livros interativos no mercado educacional, firmando parcerias com grandes empresas do setor e transformar o Maranh?o em referência nacional em inova??o educacional.

7 de 12 TecTeca na escola e Eugênio Furtado no startup Summit 2023. — Foto: TecTeca/Eugênio Furtado

Crescimento das startups maranhenses fora do estado

Ainda segundo os dados do Sebrae Maranh?o, quase metade das startups (48,99%) do estado ainda está no estágio de idea??o (quando a ideia come?a a tomar forma), mas 28,15% já est?o validando seus produtos no mercado e 13,53% em fase de tra??o, ou seja, acelerando seu crescimento.

A SYN Saúde, de S?o Luís, faz parte do grupo de startups que já gerou mais de R$ 100 milh?es em or?amentos cirúrgicos e transacionados mais de R$ 30 milh?es em cirurgias, por meio da própria plataforma. é um crescimento de 237% em compara??o ao mesmo período de 2024, segundo dados da própria empresa.

A startup surgiu para oferecer or?amentos cirúrgicos previsíveis e acessíveis, por meio de uma plataforma que conecta pacientes, médicos e hospitais. A empresa também oferece pagamento por Pix, cart?o, boleto e até FGTS, o que tem atraído diversos tipos de clientes.

“Com resultados expressivos e impacto positivo para pacientes, médicos e hospitais, a SYN entrou em nova fase e está agora em plena expans?o nacional, testando sua opera??o em regi?es com perfis de acesso à saúde diferentes do Maranh?o”, afirma a CEO Ana Lemos.

Atuando também no Sul e Sudeste, recentemente a SYN foi reconhecida com prêmios como o NEon 2024 e o Vumbora, do Banco do Nordeste. A startup também tem buscado se comprometer com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e já doou 12 cirurgias para pacientes em fila do SUS.

8 de 12 Ana Lemos e Dr. Dener, sócios da Syn Saúde — Foto: Arquivo pessoal

????????? Da ideia à nota fiscal: quando o apoio faz a diferen?a

Uma reclama??o constante em muitos pequenos empreendedores é a falta de apoio para a inova??o. Diante desse cenário, algumas institui??es, como o Sebrae, oferecem trilhas de capacita??o que v?o desde a ideia até a valida??o do modelo de negócios, passando por branding, gest?o financeira e mentorias.

"O Sebrae possui uma grande plataforma chamada Sebrae Startups, que congrega startups do Brasil todo. Atualmente, s?o mais de 20 mil startups cadastradas. Empreendedores, além de se mostrarem como uma grande vitrine para o mercado, têm acesso a um clube de benefícios, solu??es tecnológicas de parceiros do Sebrae colocadas gratuitamente para esses empreendedores se desenvolverem", acrescenta César Guimar?es.

9 de 12 Como formatar um novo negócio - startup. — Foto: g1

O Sebrae também possui programas locais de acelera??o de negócios, como o Startup Nordeste, no qual o empreendedor passa por uma jornada de orienta??es. O apoio financeiro para o desenvolvimento dos passos iniciais da startup vem pela Funda??o de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranh?o (Fapema).

O presidente da Fapema, Nordman Wall, detalha que só os editais da funda??o já investiram entre R$ 3 a 4 milh?es em startups, com cerca de 300 projetos beneficiados — e ao menos 70 deles ainda em opera??o.

Esses recursos financiam desde bolsas de apoio técnico a materiais e equipamentos. Os projetos passam por avalia??o e s?o selecionados por mérito. No futuro, a ideia é que também contribuam para o t?o sonhado Parque Tecnológico de S?o Luís e ajudem outras startups a crescer.

“O futuro da ciência, da tecnologia e da inova??o está interligado. Acreditamos que o ecossistema de inova??o deve ter base sólida e capilaridade”, diz Nordman.

Além dos editais regionais, há ainda iniciativas nacionais como o programa Mulheres Inovadoras, da Finep, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que está com inscri??es abertas até 18 de junho. O programa oferece capacita??es e mentorias com especialistas, com foco na lideran?a feminina em startups inovadoras.

?? Best Maragames: democratizando os games

A Best Maragames, de S?o Luís, é das startups apoiadas por editais de fomento/pesquisa que têm se destacado e mostra como um problema pode ser o ponto de partida para uma grande solu??o.

Jeane Assun??o é uma das gestoras e conta que tudo come?ou em mar?o de 2022, quando ela e o marido, Jadiel (apaixonado por videogames), decidiram montar um espa?o de jogos na sala da própria casa.

10 de 12 Best Maragames tem se destacado como uma startup que democratiza os games, no Maranh?o — Foto: Best Maragames

Mas, no dia seguinte, veio a notifica??o do condomínio: deveriam fechar o espa?o imediatamente, sob risco de processo. A frustra??o quase fez o casal desistir. Mas, como Jeane destaca, “percebemos que estávamos diante de dois grandes problemas: o preconceito e a falta de informa??o sobre o mercado de jogos digitais”.

Foi ent?o que surgiu a oportunidade de participar do programa Startup Nordeste do Sebrae, que trouxe uma virada de chave e o impulso que eles precisavam para seguir em frente.

“Gra?as às mentorias, estruturamos nosso negócio. Hoje temos plano de negócios, formaliza??o e vis?o de mercado”, conta Jeane.

11 de 12 Jeane (primeira da direita pra esquerda) e a família — Foto: Jeane Assun??o

A empresa oferece uma arena itinerante de games para eventos e promove torneios digitais. Além disso, criou o Educagame, projeto que leva para dentro das escolas n?o apenas os jogos, mas também palestras sobre o mercado de games, mostrando aos jovens que é possível transformar paix?o em carreira.

“Quando se fala em startup, muitos pensam logo em aplicativo. Mas inova??o também é sobre novos métodos e modelos de negócio. Levamos os games onde ninguém leva, democratizando o acesso e mostrando o potencial desse setor”, completa Jeane.

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?? Agora falando de crédito, de onde vem?

Se a criatividade é um ativo valioso, muitas vezes o que falta é o combustível financeiro para tirar as ideias do papel. Para além do apoio dado pelos editais públicos de fomento, as institui??es financeiras também desempenham um papel fundamental.

Isaque Nascimento, superintendente estadual do Banco do Nordeste no Maranh?o, explica que, embora o acesso ao crédito ainda seja um desafio para muitos microempreendedores, os bancos podem ser facilitadores nesse processo.

“Negócios criativos ou inovadores s?o bem vistos, especialmente pelo seu potencial de gerar emprego, renda e ampliar mercados. Na condi??o de pessoa física, sem necessidade de formaliza??o, o microempreendedor tem acesso ao crédito até o limite de R$ 21 mil por opera??o de crédito, que pode destinar-se a aplica??o em atividades produtivas, abrangendo desde as pequenas mercearias de bairros até os comércios de confec??es, alimentos, entre outros, desde que em funcionamento há pelo menos seis meses”, destaca.

Mas n?o basta ter uma boa ideia. Segundo ele, projetos inovadores precisam estar bem estruturados: ter um plano financeiro consistente, estudo de viabilidade, mapeamento de mercado e demonstrar como o negócio pretende gerar receita e sustentabilidade no médio e longo prazo.

“Seja um hambúrguer de mesocarpo de baba?u ou um aplicativo, o que importa é que o empreendedor mostre que n?o é uma aventura, mas sim um negócio com potencial real”, resume o superintendente do BNB.

??Inovar é estratégico

12 de 12 Nordman Wall (Fapema), Eduardo Oliveira (Secti), César Guimar?es (Sebrae) e Isaque Nascimento (BNB) falam sobre formas de apoio aos pequenos negócios inovadores — Foto: Governo do MA/Arquivo pessoal/Sebrae/Banco do Nordeste.

Quando se fala em inova??o, muitos ainda pensam exclusivamente em startups de tecnologia, softwares ou aplicativos. Mas, na prática, ela está presente em diferentes formatos: seja no desenvolvimento de produtos sustentáveis a partir da bioeconomia, na cria??o de modelos de entrega diferenciados, na ressignifica??o de insumos locais ou na oferta de experiências personalizadas aos clientes.

O superintendente de Políticas de Inova??o da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inova??o, Eduardo Oliveira, acrescenta que a inova??o também n?o precisa ser complicada para ser eficaz.

“Inovar é surpreender o cliente. Pode ser algo intuitivo, como mudar a forma de atendimento, ou algo estruturado. Mas o essencial é colocar o cliente no centro do negócio e buscar maneiras de encantá-lo todos os dias”, explica.

Segundo Guimar?es, a inova??o também pode estar em uma solu??o simples, como oferecer ao consumidor meios mais práticos de acessar um produto, personalizar uma entrega, adotar tecnologias digitais ou mesmo ressignificar insumos locais.

Simone Castilho, cerimonialista com 25 anos de atua??o, aponta também como a criatividade maranhense é presente até no ramo de eventos.

“Hoje, n?o seguimos mais apenas o que vem do Sul. Temos um mercado aquecido, que respeita a cultura local e entrega eventos impecáveis”, afirma.

Criatividade que transforma

Apesar de gargalos — como a escassez de m?o de obra técnica e a carência de espa?os com infraestrutura de ponta —, especialistas ouvidos pelo g1 apontam que o Maranh?o vive uma fase de expans?o em seu ecossistema de inova??o e de abertura de novos negócios.

Iniciativas como Startup Nordeste, além de programas locais como o Inova Maranh?o e incubadoras universitárias, vêm estimulando solu??es criativas com potencial de alcance nacional.

Os dados confirmam essa movimenta??o: apenas no primeiro trimestre de 2025, o estado registrou mais de 312.481 empresas privadas ativas, sendo 95,32% micro e pequenos negócios. O saldo de novos empreendimentos no período foi positivo: 9.390, segundo o Sebrae/MA.

Um futuro possível — e presente

O que essas histórias têm em comum? S?o pessoas que n?o tiveram medo de come?ar e driblaram as dificuldades. Com apoio de institui??es públicas, capacita??o adequada e crédito acessível, empreender no Maranh?o deixou de ser um sonho distante e pode se tornar um caminho real de transforma??o — econ?mica, social e, sobretudo, pessoal.

“O maranhense é um empreendedor nato. Temos startups de altíssimo nível, solu??es criativas que n?o só atendem demandas locais, como come?am a ganhar espa?o em outros mercados”, conclui César Guimar?es, do Sebrae/MA.

Mas n?o há espa?o para improviso: planejar, estudar o mercado, buscar orienta??o técnica e estruturar bem o modelo de negócio s?o passos indispensáveis.

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O que antes poderia parecer só uma ideia diferente, hoje a inova??o se consolida como uma estratégia inteligente — e necessária — para quem deseja n?o apenas empreender, mas também fazer parte de uma economia mais dinamica e sustentável.

"Na minha leitura, os empreendedores – de startups ou n?o – que têm a sensibilidade de interpretar aquilo que o cliente está dizendo, fazendo, pra onde ele está olhando, observando suas dores, entre outras situa??es cotidianas, est?o sempre na vanguarda das suas áreas de negócios e, com isso, adotando novas estratégias de precifica??o, de atendimento e de encantamento. Esse empreendedor está inovando, mesmo que n?o perceba", finaliza Eduardo Santos, da Secti/MA.