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Inova??o radical ganha espa?o nas organiza??es Inova??o Valor Econ?mico.txt
Gerson Charchat,??oradicalganhaespa?onasorganiza??esInova??oValorEcon?lottery doncaster da Strategy&: sem método, o esfor?o inovador n?o dá resultado — Foto: Divulga??o As companhias est?o percebendo: ao investir em inova??o, conseguem influenciar o mercado, em vez de apenas sofrer com as mudan?as num mundo cada vez mais competitivo. “Inovar passa a ser quest?o de sobrevivência”, diz Gerson Charchat, líder da Strategy& no Brasil e sócio da PwC. O executivo explica que, onze anos atrás, quando come?ou a pesquisa Valor Inova??o Brasil, o usual eram as mudan?as apenas incrementais nas empresas. Nos últimos anos, tornaram-se mais comuns transforma??es profundas, até nos modelos de negócios. Na entrevista a seguir, Charchat trata dos destaques da edi??o 2025 da pesquisa, avalia a maturidade das empresas e explica os requisitos para processos bem-sucedidos de inova??o. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Valor Econ?mico: O que a pesquisa Valor Inova??o Brasil 2025 revela de mais importante? O que mudou em rela??o à edi??o anterior? Gerson Charchat: A nota média final de inova??o das empresas vem crescendo de forma constante desde 2023 e, agora, bate o recorde de 125 pontos de uma base de 100. Isso demonstra que as empresas investem, cada vez mais, em inovar. Houve uma mudan?a significativa em inteligência artificial (IA), com cerca de 94% das participantes afirmando que, nos seus cases, a usaram como parte do processo de inova??o. IA entrou realmente muito forte em 2025 e também o uso de analytics e internet das coisas (IoT). Na pesquisa anterior, IA estava ainda emergente, e hoje está mais consolidada. Tem sido uma linha muito importante dentro do processo de transforma??o nas empresas. Outra mudan?a é um aumento do percentual de receita líquida direcionada às novidades. As empresas est?o percebendo que é fundamental investir, que precisam se reinventar, porque o mundo está mais competitivo. Subiu de 22% para 26% a parcela de empresas participantes que investem mais de 5% da receita líquida em inova??o, com destaque para dois setores: o de farmacêuticas e ciências da vida e o de tecnologia da informa??o, com, respectivamente, 77% e 71% das empresas desses setores investindo mais de 5% da receita líquida. Muito importante também é o que a gente chama de cases com mudan?as radicais. A inova??o incremental caiu de 82% para 59% e as mudan?as radicais, que s?o realmente fundamentais, de modelo de negócio, com novas formas de atua??o, subiram para 38%. Só para ter uma compara??o, em 2023, 16% das empresas tinham cases desse tipo. Desde que o prêmio come?ou — estamos na 11a edi??o —, aumentou a maturidade no processo de inova??o? Acho que sim. As empresas participantes, que s?o grandes corpora??es, grandes conglomerados, têm a inova??o já estruturada como parte central dentro da cultura, do modelo de negócio, do ambiente e da estratégia. Os setores s?o amplos e têm diferen?as importantes entre eles, mas a gente já consegue ver uma certa maior maturidade ao longo desses últimos anos. Temos também um cenário macroecon?mico muito desafiador, de taxas de juros elevadas e com um mercado bastante competitivo, e isso tem levado as empresas a fazer algo novo como forma de reinven??o para poderem competir. O que as empresas mais bem classificadas no Prêmio Valor Inova??o Brasil 2025 têm em comum? é a inteligência artificial? N?o é somente a inteligência artificial, mas o uso de várias tecnologias como analytics, internet das coisas, machine learning, blockchain, computa??o quantica. As 20 primeiras colocadas têm cerca de 40% mais utiliza??o de tecnologias no seu modelo de inova??o, comparativamente com as demais empresas participantes do ranking. O segundo ponto s?o as mudan?as radicais, que, na média, foram 38% dos cases, mas, entre as 20 primeiras, foram 73%. Ou seja, as empresas est?o mudando mais no cora??o do seu modelo de negócio, mudando a forma de atua??o e, realmente, se reinventando. Você falou bastante de tecnologia, mas existe também um processo. Como as empresas est?o estruturando a inova??o? Existe uma mudan?a de processo e de cultura. As empresas mais tradicionais e que ainda est?o no início da curva do processo de inova??o trabalham com silos e a inova??o está muito concentrada na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D). As mais avan?adas, mais desenvolvidas e em setores mais emergentes n?o têm esses silos e a inova??o permeia toda a organiza??o. O segundo tópico importante é cultural. Da mesma forma que vimos o digital upskilling, com as empresas come?ando a utilizar mais ferramentas e solu??es digitais, a gente vê um upskilling do ponto de vista de inova??o, motivado muito por inteligência artificial. A inova??o passa a ser uma quest?o de sobrevivência para as empresas. Até onze anos atrás, quando a gente come?ou com o prêmio, a inova??o era mais marginal; ou seja, eram coisas adicionais, complementares, e n?o mudan?as radicais. Esse processo mais distribuído pela empresa tem sido uma decis?o de cima para baixo? Como as empresas têm estruturado o processo? E como deveriam fazer isso? Faz muita diferen?a a lideran?a assumir o papel de defensora da inova??o como fator importante, de torná-la parte da estratégia, de estar na meta dos executivos e dos diretores, com indicadores de performance ligados a inova??o. E tem uma for?a bottom-up que vem das gera??es Z e Millennials, trazendo conceitos de inova??o mais próximos ao dia a dia, da realidade, e v?o pressionando a partir da base, no sentido de buscar pequenas mudan?as. Um terceiro elemento que vemos, principalmente nas top 20, é o ecossistema, o trabalho com inova??o aberta e também se associando a startups ou firmando parcerias com outras empresas. Como fomentar nas empresas a constante capacidade de inovar? S?o três elementos: primeiro, ter métricas adequadas para medir a inova??o e incentivá-la; se você n?o mede, n?o sabe se está inovando ou n?o. O segundo é criar governan?a e modelos de incentivo atrelados a esses indicadores. E o terceiro elemento é que inova??o tem de fazer parte da estratégia de negócios das empresas e do seu desdobramento estratégico. Ent?o, ter métricas adequadas, criar um modelo de governan?a e um modelo de incentivos e colocar a inova??o como parte da estratégia formam um ciclo virtuoso que permite manter o processo de inova??o ao longo do tempo. Qual é o segredo para ser inovador? é preciso ter uma metodologia de inova??o. A inova??o n?o se comp?e de projetos-piloto, provas de conceito e iniciativas desestruturadas. Você precisa ter uma metodologia que permita realmente pensar de uma forma ampla, conectada com a estratégia de negócios, os processos, o modelo de organiza??o e a cultura para que isso funcione. Para mim, o segredo é combinar a inova??o com a estratégia, com o modelo de opera??o com pessoas e com governan?a. E fazer isso de uma forma estruturada, sen?o você acaba fazendo pequenos pilotos e iniciativas soltas e esses elementos n?o convergem para uma inova??o verdadeira.
