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Bitcoins: a confus?o em El Salvador com a ado??o da criptomoeda como moeda oficial

1 de 1 Ed Hernandez diz que sua loja provavelmente movimentará US$ 1 mil a cada semana em pagamentos com bitcoin — Foto: Ed Hernandez via BBC

Protestos nas ruas,?oemElSalvadorcomaado??resultado da loteria dos sonhos da segunda extra??o falhas tecnológicas e uma queda no valor marcaram o primeiro dia em que El Salvador adotou o bitcoin como moeda legal.

O pre?o do bitcoin na ter?a-feira (7/9) caiu para seu nível mais baixo em quase um mês — partindo de US$ 52 mil (R$ 274 mil) para menos de US$ 43 mil (R$ 227 mil).

Um político da oposi??o disse que a queda fez com que um dos países mais pobres da América Latina perdesse US$ 3 milh?es.

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O lan?amento do bitcoin em El Salvador n?o foi nada do que esperava o presidente Nayib Bukele quando ele iniciou sua experiência ousada.

Ao contrário do que o governo esperava, plataformas como Apple e Huawei n?o ofereceram a carteira digital inventada pelo governo, conhecida como Chivo. E os servidores precisaram ser desligados porque n?o conseguiram lidar com todos os pedidos de registros de usuários.

Mas, com o passar do dia, o Chivo come?ou a aparecer em mais plataformas e foi aceito por empresas como Starbucks e McDonald's.

O governo distribuiu a cada cidad?o US$ 30 (R$ 158) em bitcoins, para encorajar a ado??o da criptomoeda. E afirma que o bitcoin pode economizar US$ 400 milh?es (R$ 2,1 bilh?es) por ano ao país em taxas de transa??o sobre recursos recebidos do exterior. A economia do país depende fortemente de remessas vindas do exterior.

No entanto, baseado em dados do Banco Mundial e do governo, a BBC calcula que esse valor seja próximo a US$ 170 milh?es (R$ 900 milh?es).

"Precisamos quebrar os paradigmas do passado", tuitou o presidente Bukele. "El Salvador tem o direito de avan?ar rumo ao primeiro mundo".

O comerciante Ed Hernandez administra uma loja familiar em San Salvador, onde os clientes compram produtos essenciais como arroz, feij?o e produtos de limpeza. Ele está entusiasmado com a mudan?a.

"Durante a pandemia, será bom n?o usar dinheiro físico", disse ele à BBC, afirmando que isso o protege de clientes que pagam com notas falsas.

No entanto, El Salvador n?o teve um primeiro dia bom na sua experiência com bitcoins, com a forte queda da cota??o registrada nos mercados.

"Foi um dia muito ruim para o presidente Bukele, seu governo e sua experiência com bitcoin", disse o político da oposi??o Johnny Wright Sol à BBC.

"A maioria da popula??o sabe muito pouco sobre criptomoedas. O que sabemos é que é um mercado muito volátil. Hoje isso certamente ficou provado."

Wright Sol disse que o bitcoin n?o é uma moeda nacional adequada e que o projeto foi aprovado apressadamente, sem discuss?es mais profundas: "A Lei do Bitcoin foi aprovada no parlamento sem quase nenhum debate. Levou apenas cerca de cinco horas para ser aprovada".

"N?o odiamos criptomoedas ou bitcoin, mas n?o acreditamos que deva ser obrigatório que as empresas sejam obrigadas a aceitar bitcoin como pagamento. O Estado está apoiando esses pagamentos e assumindo o risco, mas no fim das contas nós, os contribuintes, somos o Estado."

Wright Sol n?o é o único crítico. Mais de mil manifestantes se reuniram em frente à suprema corte do país, onde fogos de artifício foram disparados e pneus queimados.

Além da instabilidade financeira, alguns dizem que a ado??o do bitcoin pode alimentar transa??es ilícitas.

Mas Hernandez, o comerciante, disse n?o se incomodar com a volatilidade: "Eu vejo isso como um risco, sim — mas como tudo na vida, há um risco. Quando temos uma loja, às vezes compramos um produto e n?o conseguimos revendê-lo. Quando os outros veem uma crise, eu vejo uma oportunidade."